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sábado

As cachorras? Nada... Agora são as novinhas!

Amor estranho Amor, 1979. Começo esse texto com o nome desse filme, em que a antiga rainha dos baixinhos protagoniza cenas eróticas com um “novinho”; os termos são recentes, todavia o contexto é antigo. Não quero ser advogado dos MCs que estão fazendo sucesso com as “novinhas”. Porém não podemos julgá-los ou recrimina-los por expor o que acontece na realidade das periferias.

Muitos artistas populares estão ganhando a vida contando ou cantando seu cotidiano, temos que ter noção de que o que é retratado nas letras é o espelho da própria sociedade, a população consome porque se identifica com os fatos narrados de maneira descontraída. Voltando e centralizando na questão das novinhas, percebemos que a mídia e os meios de comunicação, em geral tem uma influência bastante significativa na aceleração do processo de amadurecimento das crianças.

A sexualidade está sendo aflorada cada vez mais cedo e isso não ocorre de forma natural. Os belos corpos dos artistas Globais, por exemplo, em programas como BBB, novelas e outros ditam as formas ideais, ou seja, um padrão de beleza que deve ser seguido. O acesso cada vez mais precoce aos meios de comunicação como a internet, trás à tona o interesse na descoberta do outro, a vida das pessoas estão interligadas e “invasão de privacidade” é um termo que cai em desuso por conta das redes sociais, as quais são utilizadas para se expor ou mascarar a vida pessoal.

Quando partimos para o mundo real, vemos que a idade já não é um fator relevante na hora da aproximação, do interesse sexual. É comum crianças de 12, 13, 14 anos já terem uma vida sexual ativa e nos bailes onde circulam as músicas a maior parte do público com certeza não tem mais de 18 anos. Fica claro que a paquera, acontece entre as “novinhas”, que são elas que vão para o “espelhado”, que fazem as posições da rã, da aranha, do cachorrinho e tantas outras.

Portanto não podemos ser hipócritas ao ponto de crucificar os artistas da periferia, pois estaríamos cometendo implicitamente atos preconceituosos. No momento da crítica, não devemos deixar nos levar pela condição social dos autores: onde maior parte é negro e com baixo nível de escolaridade. Quero deixar claro que não sou a favor da pedofilia, concordo que algumas letras ferem a moral e os bons costumes; porém atacar os cantores não é a solução, imaginem que num belo dia prendêssemos todos os MCs, esquecêssemos a liberdade de expressão e as músicas fossem proibidas, pronto estaria resolvido o problema? Nenhuma menina menor de idade seria abusada sexualmente?

Percebo que querem tirar os holofotes da verdadeira raiz do problema. Garotos e garotas sempre se relacionarão independente de músicas ou faixa de idade, tornar isso um caso público, incriminar jovens que já são vitimas constantes da violência; só esconde os verdadeiros responsáveis, aqueles que lucram com a venda da imagem marginalizada, além daqueles que pagam para sair com menores de idade. Lembre-se que há indivíduos que pagam... Pagam bem para saírem com menores, esses ficam e sempre ficarão impunes.

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